"O argumento de Guy Standing a favor de um rendimento básico universal (que ele partilhou no blogue do Fórum em dezembro) baseia-se numa ideia muito simples mas poderosa: independentemente de quem somos - um banqueiro de Wall Street ou um contínuo de escola - todos contribuímos para a sociedade e, por isso, merecemos uma parte justa da sua riqueza.
O perigo, argumentou o filósofo Michael Sandel numa sessão sobre o tema, é que os outros passem a entender este rendimento como uma forma de compensação para aqueles cujas competências estão a ser tornadas obsoletas pela revolução digital.
"Estaríamos essencialmente a dizer: 'Vamos pagar-te em troca de aceitares um mundo em que a tua contribuição para o bem comum não é realmente necessária, e o que fazes com o teu tempo é da tua conta'. Penso que isso seria corrosivo", argumentou.
Isto porque, para a maior parte das pessoas, o trabalho é muito mais do que um simples registo de ponto e um cheque de pagamento no final do mês: os nossos empregos são uma parte fundamental da nossa identidade.
"O trabalho é mais do que ganhar a vida: é também uma fonte de significado", disse Sandel noutra sessão. Se lhe retirarmos esse significado, acabamos por ter um grupo de pessoas compreensivelmente zangadas e frustradas - um pouco à semelhança do que estamos a começar a ver em todo o mundo".
Líderes de Davos: podemos estar a caminhar para um mundo sem emprego, mas isso não é tão mau como parece
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