O meu último contributo para o TheGuardian acabou de ser publicado, aqui. Descarregar o PDF: O futuro do conhecimento na próxima era das máquinas inteligentes | Futurista Gerd Leonhard TheGuardian Penso que consegui acertar alguns pontos importantes neste artigo - eis alguns destaques:
A tecnologia está, inadvertidamente, a fazer grandes progressos na substituição de trabalhadores humanos em praticamente todos os sectores, seja na contabilidade, nos meios de comunicação social, no marketing, na indústria transformadora ou nos serviços financeiros. Basta ver o recente aumento de restaurantes que simplesmente lhe dão um iPad para pedir a sua comida em vez de enviar uma empregada de mesa à sua mesa - 30-50% menos empregados necessários, de uma só vez. Depois, veja-se o que a startup Kiwi Xero será feito aos que trabalham em contabilidade ou imaginem 100 a 1000 carros autónomos a circular nas grandes cidades (não é necessário um taxista) e sabem onde isto vai dar: o trabalho humano está a ser eliminado a um ritmo acelerado e a forma como aprendemos está a caminhar para uma reinicialização total…
As consequências desta ascensão inevitável das máquinas inteligentes, dos robots, da inteligência artificial e da chamada computação cognitiva são claras: o nosso futuro não passa por competir em empregos como o armazenamento de informação, o processamento de dados e as tarefas computacionais repetitivas - as máquinas inteligentes vão certamente vencer-nos. Em vez disso, o nosso futuro passa por sermos mais humanos e menos como máquinas (oiçam bem, estudantes de MBA). Neste futuro, cometer erros, falhar, não cumprir e destruir coisas de forma criativa são algumas das competências fundamentais em que poderemos vencer as máquinas durante bastante tempo...
O conhecimento exclusivamente humano é indissociável da existência efectiva de um corpo, como bem demonstra a última obra-prima de Spike Jonze Ela. Sim, as máquinas podem de facto emular, copiar e aproximar, mas sem um corpo - e todas as coisas humanas difíceis que vêm com ele, como as emoções - não estão nem perto de nos substituir naquilo que realmente importa...
Prevejo um futuro, daqui a uma década ou menos, em que até 50% de todos os empregos ainda não existemou existem atualmente apenas como uma competência singular ou um traço de carácter. Imagine empregos como "terapeutas do lado direito do cérebro" ou "designers da simplicidade" (ver o excelente artigo do Mashable lista de empregos 2020), ou, claro, qualquer novo emprego relacionado com a conceção, gestão e controlo de toda a tecnologia inteligente que nos rodeia ("supervisor de IA", alguém?)...
No futuro, para além da mera aquisição de algum tipo de conhecimento e compreensão ad-hoc únicos com base em informação ubíqua e curada por máquinas, será ainda mais fundamental chegar a um tipo de sabedoria altamente individual com base nessa informação. O objetivo será alcançar algo que transcenda os meros fluxos de dados e crie valor real, tal como o valor de um pintor não está na tinta, mas no quadro. Temos de desaprender o hábito de agir como máquinas e reaprender a agir como humanos!
Atualização: vídeo relacionado: The Future Show with Gerd Leonhard, 1ª temporada, episódio 3: o futuro do trabalho e do emprego.
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